A publicação composta por obras da artista que evocam elementos nostálgicos típicos de antigas casas do subúrbio carioca, como o chão de caquinhos e o vermelhão, será lançada gratuitamente em 31 de janeiro, na casa em que cresceu no bairro de Vila Valqueire, no Rio de Janeiro.
Nascida e criada no bairro de Vila Valqueire, Zona Oeste da cidade, a artista Ana Hortides lança, em 31 de janeiro, “Bate Laje”, uma publicação inédita e bilíngue sobre os seus trabalhos artísticos desenvolvidos na casa em que cresceu e lhe serviu como primeiro ateliê nos últimos anos. Nessa ocasião, o público terá a oportunidade de participar de uma conversa, uma visita guiada e um ateliê aberto com a presença da artista. Este projeto recebe o fomento da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e da Secretaria Municipal de Cultura, por meio do Programa de Fomento à Cultura Carioca - FOCA.
O evento na casa-ateliê possibilitará uma aproximação do público com o processo de trabalho e criação artística de Ana Hortides, como ela nos conta: “Além de moradia, essa casa foi meu primeiro ateliê e espaço de trabalho. Ela representa o centro da minha pesquisa e produção em arte e será muito especial transitar novamente por esse lugar e trocar com o público.”
A pesquisa da artista, como ela mesma costuma dizer, se dá no encontro com o mundo, mas pela órbita da casa, através de seu repertório, com a utilização de suportes de trabalho como sacos de lixo que se tornam bandeiras e cabos de vassouras que as hasteiam, por exemplo. Também a partir do desejo de trabalhar com a “estrutura elementar” da casa por meio dos pisos, paredes e sua fundação, em suportes diversos, como o da pintura, escultura, objeto e vídeo.
O lançamento do livro, a conversa com visita guiada e o ateliê aberto possibilitarão nos aproximarmos do seu processo de trabalho por meio das obras de arte que se debruçam sobre questões relacionadas ao habitar, ao íntimo e à construção da identidade, de forma a tensionar e expor a sua estrutura social e pensar criticamente sobre uma potência poética que nasce do doméstico para a arte contemporânea.
A maioria dos trabalhos apresentados no livro compõem a série chamada "Casa 15", número da casa que serve como inspiração para a produção artística. Além disso, as obras são produzidas nos suportes da pintura e escultura que evocam principalmente elementos de áreas periféricas e suburbanas, abordando o seu repertório e características, como o chão de caquinhos cerâmicos, o chapisco, o vermelhão e o cimento queimado.
A partir de suas obras, é possível vivenciar uma nostalgia do subúrbio carioca. “Os caquinhos de Ana Hortides nos convidam a habitar o espaço “entre”: a matéria e a memória. a dura materialidade do concreto e a diáfana lembrança de uma infância suburbana em que o pertencimento de classe não fazia frente à felicidade cotidiana”, comenta Thiago Grisolia, pesquisador e curador que colabora com a publicação com um texto inédito sobre a trajetória da artista.
A publicação terá ainda uma versão digital que será disponibilizada gratuitamente no site da artista (www.anahortides.com).
Sobre a artista:
Ana Hortides tem formação em Artes pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro. Participou da Residência artística FAAP, São Paulo, 2023, Residência Pivô Arte Pesquisa, São Paulo, 2022. Artista indicada ao Prêmio PIPA, 2021. Finalista do Concurso Garimpo da Revista DASartes, 2018. Recebeu o prêmio aquisição do 36º Salão de Artes Plásticas de Jacarezinho, Paraná, 2021, e do 1º Salão de Artes em Pequenos Formatos do Museu de Arte de Britânia, Goiás, 2019. O seu trabalho integra a coleção do Museu de Arte do Rio, do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e de coleções particulares. Participa de mostras individuais e coletivas regularmente.
Serviço:
Ana Hortides - Bate Laje
Local: Casa-ateliê de Ana Hortides
Rua Quiririm 902, rua H, casa 15, Vila Valqueire – RJ, 21330-650.
Data: 31 de janeiro de 2024, das 14h às 17h.
E-mail: contato@ateliercultura.com.br
Classificação etária: Livre
Saiba mais sobre a artista: www.instagram.com/anahortides
Evento gratuito.
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